Matéria publicada no por Mariangela Nunes no Folha Salvador
Engarrafamentos, buzinas, xingamentos e stress se tornaram cada vez mais comuns no dia-a-dia do soteropolitano. De acordo com matéria publicada no dia 26 de setembro pelo site Portal do Correio, Salvador ocupada a segunda posição no ranking das capitais nordestinas com maior número de veículos em circulação nas ruas da cidade, aproximadamente 569 mil carros transitam na capital. A previsão é que em 2014 já existam 805 mil automóveis rodando nas ruas de Salvador.
Por conta desse crescente número de conduções espalhados nas avenidas soteropolitanas, a população tem enfrentado sérios problemas ao trafegar nas principais vias da cidade. Um dos pontos mais crítico da capital baiana fica na região do Iguatemi devido ao grande fluxo de automóveis que circulam na área. Pessoas que trafegam pelo local reclamam pelos inúmeros congestionamentos que são obrigados a enfrentar diariamente. A bancária Lívia Vitor, que mora no Cabula e trabalha na Avenida Tancredo Neves, diz gastar em média – uma hora e meia de casa para o trabalho.Entre as principais promessas dos governos federal, estadual e municipal para a melhoria no trânsito da terceira maior capital do país, está à construção da Via Expressa Baía de Todos os Santos que visa desafogar o tráfego na Rótula do abacaxi, BR 324, Largo dos Dois Leões, Ladeira do Cabula e Baixa de Quintas. Outra grande expectativa dos baianos é finalização das obras do metrô que pode facilitar a vida de quem enfrenta diariamente o caos no trânsito da metrópole.
sábado, 28 de novembro de 2009
Caos no trânsito de Salvador
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Universo Radiofônico
De acordo com Emilio Prado, o papel do rádio como meio informativo não está, de qualquer forma, limitado a dar a primeira notícia. Pode fazer um papel muito mais amplo, além de transmitir o mais rápido possível os acontecimentos atuais, pode aumentar a compreensão pública através do aprofundamento dos temas que podem ser expostos por seus especialistas e não ficar restritos apenas a meras notícias transmitidas pelo profissional da informação.
Unido a outros autores como Spencer, Martínez Alberto, Secanella, Foncuberta, Prado discorre sobre as características diferenciais e tipologia da notícia radiofônica. Quanto às características o autor observa a instantaneidade e simultaneidade da notícia no rádio. Além disso Prado detalha e exemplifica a notícia estrita, de citações e notícias com entrevistas.
Os tipos de entrevista, direta e diferida, e a forma de realização também são mencionadas no livro. Prado exemplificada cada uma delas mostrando o relacionamento do repórter com o entrevistado bem como o uso do microfone, o que deve ser feito e aquilo que pode ser abolido pelos profissionais do rádio.
Os últimos capítulos de Estrutura da Informação Radiofônica são dedicados as formulas de como organizar um debate no rádio. Com características da mesa-redonda, do próprio debate, entrevista e documentário. O autor deixa por último para discorrer sobre a crônica, que desapareceu como gênero informativo. Prado dar importantes dicas de como elaborar esse tipo de mensagem.
De linguagem rápida e altamente didática Estrutura da Informação Radiofônica traz ao leitor aspectos importantes e relevantes aos profissionais que desejam atuar nesse importante veículo de comunicação. Com ricos exemplos o autor buscou mostrar como funciona o universo radiofônico e o que lhe difere dos outros meios.
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
SANTERIA HOSTEL BAR É NOVIDADE EM SALVADOR
Bem no meio da Ladeira da Barra, com vista estonteante para a Baía de Todos os Santos, está o mais novo meio de hospedagem de Salvador, o <a href="www.santeriahostelbar.com.br">Santeria Hostel Bar. Investimento do empresário baiano da área de construção civil, Ary Gustavo Ribeiro, o Santeria trabalha um conceito novo no Brasil, o ‘hostel boutique’, que atende ao perfil de alberguista estrangeiro mais exigente, que privilegia hostels charmosos, localizados em zonas turísticas e que agreguem diferenciais e elementos da cultura da terra em seu espaço
O porquê do nome Santeria está evidente na decoração da artista plástica baiana Valentina Rocha, responsável pela ambientação, quadros e fabricação dos móveis. Diversas imagens de santos em relicários espalham-se pelas paredes, mostrando ao visitante o sincretismo que caracteriza a Bahia. Aliás, o decor faz toda a diferença no Santeria. Móveis de madeira trabalhados em pátina, cores vivas e revestimentos nas paredes, além de quadros com divindades hindus compõem as áreas comuns, recepção e lounge. A ideia foi criar um clima despojado e confortável, com ares de casa de praia chique.
O casarão de fachada amarela abriga cinco unidades habitacionais, que juntas oferecem 26 leitos: a suíte Oxalá, o Iemanjá, dormitório misto com 10 camas; o Santa Bárbara, dormitório feminino com três beliches; o São Jorge, dormitório quádruplo; e o Santo Antonio, também para quatro pessoas. A diária na alta estação é de R$ 45,00 por pessoa, incluindo café da manhã no terraço, independente do quarto escolhido. Os hóspedes também contam com conexão para internet wifi gratuita.
O bar do terraço é aberto ao público de quarta-feira a domingo das 17h30 às 23h30. Lá, o visitante pode escolher entre dois confortáveis lounges, um na cor azul e outro na cor laranja, mesas e cadeiras no ambiente interno e no terraço. É um espaço ideal para tomar um drinque apreciando a vista para o mar, bater-papo, namorar. O cardápio focado em petiscos tem a marca do inventivo chef baiano Murilo Brocchini, especialista em misturas exóticas e originais.
O proprietário e idealizador do Santeria, Ary Gustavo Ribeiro, objetiva atrair um público exigente e encantá-lo com o projeto e a localização do Santeria. “Nas redondezas estão ícones da cidade, como o Porto da Barra e a Igreja de Santo Antonio da Barra”, ressalta Ary, adiantando que pretende realizar festas nos dias de santo no verão baiano, como Santa Bárbara, em 4 de dezembro, e Senhor do Bonfim na segunda quinta-feira de janeiro. “Os eventos, sempre regados a boa música e iguarias típicas, como caruru e feijoada, envolverão tanto o hóspede que estiver na casa quanto outros turistas e filhos da terra”, conta ele.
terça-feira, 17 de novembro de 2009
REGGAE DOMINA ÚLTIMA NOITE DO FESTIVAL MÚSICAS MESTIÇAS SALVADOR
Público e artistas entusiasmados embalaram a última noite do Festival Músicas Mestiças Salvador. A platéia, composta em sua maioria por jovens, deu sinais do que prometia a noite −cabelos trançados e roupas nos tons de vermelho, verde, preto e amarelo anunciavam a proximidade entre Brasil e África. Quem conferiu o evento de perto foi Vovô do Ilê, a atriz Tânia Toko ―a Neuzão da série Ó Pai Ó―, além da cantora Mariella Santiago, que cantou com o senegalês Didier Awadi na noite de sábado, 14.
Vestida com um saree laranja, descalça e tocando xequerê, a cantora e compositora do Chade, Mounira Mitchala foi a primeira a subir ao palco nesse domingo. A única representante feminina de origem africana do evento encantou o público com sua voz excepcional. A artista de riso fácil é um dos grandes talentos africanos. Ganhou o prêmio “Découvertes RFI” da Radio France Internationale de 2007 e “Visas pour la Création”, de CulturesFrance, em 2008. A “pantera doce de NDjaména” recebeu o grupo baiano Olodum e juntos levantaram o público ―que viu a africana dançar e cantar se rendendo ao som dos percussionistas baianos.
O último dia do Festival Músicas Mestiças foi encerrado pelo cantor Tiken Jah Fakoly, um dos maiores nomes do reggae africano, que traz nas melodias um alerta para a juventude sobre os problemas da sociedade costa-marfinense. O artista iniciou a carreira em 1987 e desde então carrega uma legião de fãs por todo mundo. Convidado especial do show, o cantor Lazzo Motumbi levou a “nação reggaeira” ao delírio cantando a música “Me abraça e me beija” junto com Tiken Jah. Atendendo ao bis da turma que dominou o Museu du Ritmo e não saiu de lá mesmo com o final da apresentação, o artista da Costa do Marfim retornou ao placo para cantar mais uma vez junto com público.
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sexta-feira, 13 de novembro de 2009
CENTRO DE MÚSICA NEGRA E FESTIVAL MÚSICAS MESTIÇAS SÃO APRESENTADOS EM SALVADOR
Em coletiva de imprensa, realizada nesta quinta, 13, artistas e autoridades baianos tiveram uma prévia do que será o Centro de Música Negra e ficaram conhecendo os artistas que participarão do Festival Músicas Mestiças, que começa nessa sexta, 13 e segue até o domingo, no Museu du Ritmo. Marcaram presença no evento Carlinhos Brown, as cantoras Mariene de Castro e Mariella Santiago, Tonho Matéria e Jorginho do Olodum. Dos artistas africanos que serão atrações do Festival Músicas Mestiças estavam presentes Mounira Mitchala, Didier Awadi, Tcheka, o grupo Les Tambours de Brazza e o haitiano BélO.
Marc Benaïche, do grupo de mídia francês Mondomix e o arquiteto paulista Pedro Mendes da Rocha apresentaram o projeto do Centro de Música Negra, enquanto que o produtor francês Christian Moulet, criador do Festival Musiques Métisses, falou sobre a primeira edição brasileira do evento, o Festival Músicas Mestiças Salvador, que tem como produtora local a empresa baiana Janela do Mundo. O prefeito de Salvador, João Henrique Carneiro foi representado por seu chefe-de-gabinete, Leonel Leal, e Carlos Paiva representou o secretário estadual de Cultura, Márcio Meirelles.
O projeto do Centro e Música Negra é idealizado pelo grupo francês Mondomix em parceria com Carlinhos Brown, através da Associação Pracatum Ação Social, e Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, com apoio do Ministério da Cultura, e faz parte das atividades do Ano da França no Brasil. Quem esteve no Museu Du Ritmo, local que sediará o CMN, conferiu a exposição multimídia com vídeos de atrações da Música Negra no mundo. A mostra tem o patrocínio da Samsung e poderá ser visitada durante o Festival Músicas Mestiças, de 13 a 15 de novembro, das 18h às 22h.
Cenografias espalhadas nas paredes do Museu du Ritmo, assinadas pelo arquiteto Pedro Mendes da Rocha –responsável pelo projeto arquitetônico do CMN− deram ao público presente a dimensão daquele que será o primeiro centro cultural internacional multimídia, sensorial e interativo sobre a música negra. De acordo com Carlinhos Brown, “o Centro de Música Negra é como parte de um patrimônio cultural para o mundo e reforçar a cultura é um importante passo para se fazer cidadania e paz”.
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quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Estereotipização dos homossexuais na mídia
Além de vivermos em uma sociedade antidemocrática em que os valores do ser humano são julgados a partir do seu poder de consumo – como não poderia ser diferente no mundo capitalista – temos que conviver diariamente com o preconceito difundido através dos meios de comunicação, que na maioria das vezes é controlado por uma elite eurocêntrica e inquisitorial, permitindo que as massas, por falta de esclarecimento, facilmente manobradas ideologicamente, prolifere a idéia dos estereótipos criados pela mídia e por seus colaboradores: os formadores de opinião. Os gays, por sua vez, são um grupo social bastante estereotipado, como se fosse possível definir um modelo adequado para cada tipo de ser humano no mundo, podendo desde então distinguir aqueles que usam azul daqueles que usam rosa. Os primeiros sendo os heterossexuais e os segundos os homossexuais.
Com a chegada do século XXI e o advento da internet massificada, parecia-nos que o ano de 2000 romperia as fronteiras que separava os continentes e uniria culturas de diversos povos, como aconteceu, e com isso diminuiria vastos preconceitos antigos, podendo abrir as portas para um universo mais justo e menos desigual. Mas os preconceitos continuaram. Os negros, em muitos lugares do mundo, mesmo em países multiétnicos como o nosso, em que sua cultura e genética contribuíram e muito para a formação do brasileiro, ainda sofrem estigmas enraizados numa sociedade controlada por brancos que têm como modelo ideal de ser humano o europeu. Um pouco racista isso, mais é verdade. Tem gente por ai que acredita que chinês come fetos enlatados. Mas voltemos aos gays. Esses são mostrados em programas humorísticos como seres efeminados, espalhafatosos ou ainda são feitas piadas onde o preconceito é latente.
Já nas telenovelas ainda que alguns autores tentem trazer casais gays, como foi o caso da novela Paraíso Tropical que teve Carlos Casa Grande e Claudio Abreu protagonizando um casal homossexual, os valores medievais da nossa sociedade colocaram sobre questionamentos – vai ter beijo ou não entre casal?
Observamos que talvez por uma questão conservadora ou até por medo de censura os autores evitam colocar casais homossexuais em cenas de carinho mais explícitos dando margem ao preconceito do público.
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Formação de identidade e a mídia
Ao longo da vida o indivíduo constrói sua identidade, e para isso, busca referências, seja ela familiar ou um personagem televisivo, por exemplo. No entanto, muitas vezes a pessoa próxima, no caso à família (pai, mãe, irmão) não preenchem as expectativas do jovem em formação e este busca outros parâmetros para o seu desenvolvimento. Diante disso, abriu-se espaço para inserção da mídia na vida e na construção do comportamento infantil, pois além do seu papel informativo, os meios de comunicação possuem poderes persuasivos, fazendo com que a criança, construa referências com base nos super-heróis dos jogos eletrônicos, esses cada dia mais violentos, desenhos animados, ditos infantis, porém de igual forma aos videogames que celebram combates.
Tal influência pode ser analisada também na escola, onde as brincadeiras infantis estão relacionadas de alguma forma com os heróis da tevê ou dos videogames. Essas questões foram observardas por Celso Athayde e MV Bill em seu livro Falcão Meninos do Tráfico, pois as crianças que vivem em locais onde a violência tem presença constante acabam traduzindo muitas vezes o que vêem no cotidiano das favelas nas brincadeiras infantis. As pipas e as bolas de gudes são substituídas por armas de brinquedo e papéis como os de polícia e traficante são encenados por menores que convivem com essa realidade.
(...) Chamei o Guinha e perguntei onde e como eles estavam brincando. Ele me disse que eles brincavam de boca de fumo e que a mãe de nenhum deles sabia da brincadeira. Se as mães não podiam saber é porque não concordariam que os filhos brincassem disso[1]
Em seu livro “Sociedade, mídia e violência”, Muniz Sodré cita um relatório da Associação Norte – Americana de Psicologia (U.S. News and Word Report, de 12.7.93) em que afirma que uma criança, diante da tevê por período mínimo de três horas diárias, terá assistido cerca de 8.000 assassinatos e 100.000 atos violentos. Quando adulto, o entusiasta dos videogames terá eliminado, sem pesar, cerca de 40.000 rivais. Com base nessa estatística, fica clara a influência que a mídia pode exercer no comportamento do indivíduo. Como exemplo disso, o livro mencionado traz também uma situação que ocorreu no dia 4 de novembro de 1999. Um estudante de medicina, de 24 anos de idade, sem nenhuma razão evidente, descarrega quarenta tiros de metralhadora contra uma platéia que assistia num cinema ao filme O Clube da Luta, em São Paulo. Houve três mortes e outras pessoas ficaram feridas. Já capturado, o jovem confessa a polícia que organizou o ato durante um mês e disse ainda que planejou invadir o cinema com uma granada, mas como lhe foi pedido cento e cinqüenta dólares, por ela achou que não valia, além do que também para ele que a metralhadora causaria maior impacto na mídia. Em alguns casos a necessidade de auto-afirmação perante a sociedade leva o indivíduo a cometer atos como esse, podendo provocar a morte de várias pessoas, o que acabou acontecendo.
A responsabilidade dos veículos de comunicação está atrelada a isso, partindo do pressuposto de que não há uma filtragem do que é exibido por eles. Ao invés de programas ou filmes educativos tende-se a mostrar com maior afinco os eventos que incentivam a violência, a degradação humana. É comum visualizamos isso no cinema americano, onde grandes produtoras, no ensejo de obter resultados positivos, acabam por esquecer princípios éticos básicos na veiculação de produtos. Em outro contexto está a situação enfrentada por menores que vivem nas periferias das grandes metrópoles onde o convívio familiar é problemático, já que alguns na maioria dos casos, como é relatada nos livros “Cabeça de Porco e Falcão Meninos do Tráfico”, a figura paterna é ausente, fator que em determinadas circunstâncias está atrelado a violência, já que alguns homens destes locais acabam sendo mortos por envolvimento com atividades criminosas, o tráfico de drogas, por exemplo. E a mãe, em muito desses casos, devido à necessidade de trabalhar para o sustento da família fica maior tempo fora do lar desse modo as crianças residentes das “favelas” ficam vulneráveis ao estarem em contato com a criminalidade. Assim, elas buscam nos “donos dos morros” alguma identificação, pois esses transmitem uma idéia de poder, de “heróis” e até mesmo de respeito dos moradores das comunidades. Ou seja, tornam-se ídolos, pois eles também aparecem na televisão e capas de jornal ainda que seja nas páginas policiais.
“(...) Quem são teus amigos?
Meu fiel tá ligado? Meus colega. (...)”
“(...) Quem é seu maior ídolo hoje?
Quem mais gosto?Do meu fiel. Do meu fiel, pô (...)”[2]
[1] Depoimento de um menor a MV Bill pág. 48.
[2] Depoimento de menor concedido a Celso Athayde.